28 abril, 2010

Ratings & Rateres

Nunca pensei que brincar com Ás maiúsculos e sinais + e - era o suficiente para infernizar os mercados financeiros e desassossegar governos inteiros. Pelos vistos é, e devo dizer que parece bastante eficaz.
A agência, dita, de ratings Standard & Poor's ao AA português retirou um A e ao que restou acrescentou-lhe um +. O resultado final ficou, como é facil ver, em A+. Uma operação algébrica básica para o qual contribuiu o trabalho de várias pessoas, muitas delas muito bem pagas e com grandes competências financeiras. Suponho, por isso, que deva ter um significado muito importante. Aliás, tão importante que por si só dispensa que seja fornecida qualquer explanação sobre o que esteve na base de tal classificação.Mas será que estes adiantados mentais financeiros estão certos? Tão certos quanto há um ano atrás, quando atribuíram ratings muito favoráveis a instituições financeiras que...hoje não existem...que faliram? Por tudo isto prefiro dar-lhes a designação de rateres. Aquele ruido grave, forte e bem notório que não serve para mais nada a não ser fazer barulho e animar a confusão. 

Por cá o ruído foi forte e bem sentido: principal indice bolsista a baixar 8% em 2 dias, governo e oposição de mãos dadas, antecipação e agravamento de medidas do PEC, reuniões urgentes de consertação social, etc, etc.
Mas houve um side effect que gostaria de destacar, talvez por parvoíce minha: a considerável subida do dólar face ao euro, apenas num dia. 

Uma coisa ficou clara. Se quiserem por este governo a mexer e a tomar medidas, fáceis ou difíceis, com rapidez e em concertação com os restantes actores políticos, não percam tempo e energia com greves e manifestações,... façam uma 'vaquinha' e paguem pelos serviços da S&P. Eles fazem o joguete das letrinhas e dos sinais e é vê-los ministros, secretários de estado e oposição a desdobrarem-se em esforços, reuniões e atenções. 
Mas cuidado, lembrem-se que no fim, e à boa maneira lusa, o cinto aperta sempre no mesmo buraco.
No Povo!


1 comentário:

Zé Lola disse...

Isto é mais uma prova da pobreza de espirito deste mundo, e mais em concreto da nossa classe politica. Eu já não sei de me devo rir ou se devo chorar desta cambada toda que povoa governo e assembleia da républica.

Esta escumalha devia era trabalhar, em vez de andar a gastar o nosso dinheiro.

Se fizessem isto a crise estva praticamente acabada.